Motivações

Motivações: Superar a distimia. Tratamento adequado e força de vontade. Preciso melhorar muito. Estou ciente da minha condição e lutando por mim com todas as minhas forças. Tudo que preciso na vida é mudar. Melhorar em todos os aspectos que preciso para reconquistar o que perdi e deixei de viver. Foi algo muito forte que senti e perdi por me entregar à depressão, e minha maior motivação é lutar para que eu supere e mostre para mim, para ela e para todos que eu consigo passar por cima desta condição. Vou me curar e, após este tempo, lutar para que mereça reencontrá-la da maneira como tudo começou.

domingo, 23 de setembro de 2012

Introdução

Sábado à noite. Primeiro dia da caminhada.
Esta semana, terminei o meu namoro, contra a vontade. Ou "esperaremos o tempo", digamos assim. Por diversos motivos: problemas pessoais, distância, mas, principalmente, minhas atitudes. Atitudes que tinha que, ao mesmo tempo que as tomava, não as queria ter. Não conseguia reagir. Problemas pessoais interferindo mas, além disso, uma sensação que não sabia explicar. Agora, sei: ontem, fui diagnosticado oficialmente com distimia. Já havia ouvido falar outras vezes, mas nunca soube de fato o que era.
De repente, é como se tudo tivesse explicação. E a vontade de voltar atrás, enorme.

Sempre fui muito animado, mas a distimia me fazia ser visto como tímido. Como sendo a minha personalidade mesmo, e não uma condição anormal, o que dificultou e tardou bastante o diagnóstico correto.

Já tive uma crise de depressão, muito forte, a um ano e meio.
Naquela época, precisei trancar a universidade para me tratar. Cheguei a construir uma forca no quintal de casa, bolava planos de me hospedar em um hotel só para me jogar de uma janela alta, me sentia "atraído" pelas sacadas dos apartamentos dos amigos, pensava em me atirar embaixo de um caminhão na beira da estrada. Meus familiares falam que encontraram a forca que construí e dizem que eu tinha marcas de cordas no pescoço - me lembro de fazer ensaios com o tipo de nó e o tamanho ideal da sobra de corda, "enforcando" tocos de madeira. Lembro de ter passado a noite do ano novo (2011) sozinho, sobre chuva, cantando Cease (Bad Religion) para um cachorro.
Aí, iniciei tratamento, sendo diagnosticado como um "quadro depressivo profundo". Durante pouco tempo, fui errôneamente diagnosticado também como bipolar - chegando a tomar lítio, o que fazia me lembrar toda hora do Kurt Cobain ao ver aqueles comprimidos brancos.

Esse quadro de depressão grave foi apenas um agravamento da minha distimia, que sempre carreguei. Após tratado, parei com a psicoterapia e a psiquiatria.
O ano novo de 2012 marcou também por ter passado sozinho, agarrado embaixo de uma mesa com a minha cachorra, por causa dos fogos. Neste ano, por 4 meses, voltei a estudar, apresentando quase nenhum sinal de retorno desta condição. Aí, encontrei ela - a menina que me fez sentir o que nenhuma outra fez antes. Sim, foi uma atração mútua, natural, me apaixonei completamente. Passamos 3 meses juntos. Porém, infelizmente, sintomas da distimia foram voltando, aliados a proximidade com problemas mal resolvidos. De repente, senti que não conseguia me relacionar com a menina que mais amei, que mais senti algo forte em toda a minha vida. Estavamos distantes também. Demos "um tempo", enquanto estavamos  de bem. Não havia condições de continuar. Ela também tinha seus problemas, mas indiscutivelmente a minha distimia afundou todas as possibilidades de aprofundamento da relação. E eu, agindo em um conflito escancarado com a distimia - que não sabia possuir.

Passou uma semana. Uma viagem de carro que demorou mais que o dobro do tempo normal, pois eu parava toda hora para pensar à beira da estrada. Passei uma semana sem trabalhar, sem ir a aula e sem comer, apenas tomando um ou outro líquido. Revirei sites na internet, novamente pensando besteiras.

Porém, durante a mesma semana, encontrei forças enormes dentro de mim. Desabafos com quem merecia e me incomodava(problemas familiares) e conversas com amigos. Encontrei forças de buscar novamente consultas - psicólogo e psiquiatra. As forças que encontrei, confesso, foram apenas devido a esse amor que sinto por ela, por ver a maneira como a relação aconteceu, e por nao querer magoar alguns amigos queridos . Neste ponto, então, finalmente fui diagnosticado com distimia (Assustado em saer que entre 15 e 20% dos distímicos tentarão, em algum momento da vida, o suicídio de fato - cogitar isso, acredito que a maoiria pensa. Considerando o que pensava, que para cada 3 mulheres com distimia há apenas 1 homem distímico, que a maioria dos casos de suicídio são de homens e na faixa etária que estou, me senti na maior "faixa de risco" que existe).

Tudo então ficou claro. A força de vontade tomou conta de mim. A vontade era de ir correndo pedir para voltar com ela. Mas, infelizmente algumas mágoas sempre ficam e, durante 4 meses, estaremos separados por uma considerável distância, até eu me formar.

Tive um choque esta semana, e vi que sim, consigo ser quem eu no fundo realmente sou e quero ser. Mas preciso de tempo para me consolidar e superar plenamente a minha condição.

Tenho 26 anos.
Já vivi e passei por muita coisa. Sempre carregando o "fardo" desta tal distimia, que não imaginava nem o que fosse. E mesmo assim, consegui ser feliz, mesmo sem nunca conseguir agir como quem eu achava que devia ser.

Hoje, agora, finalmente, pela primeira vez na vida, estou ciente de todas as minhas limitações e posso enfrentá-las.
Vou enfrentá-las, e este blog será o meu diário e ponto de troca de experiências com outros blogs.
A força de vontade é enorme.

Finalmente vejo que posso ser quem eu sempre quis ser.
Em pouco mais de 100 dias, quero estar formado, e cumprir a lista de tarefas que está ali, do lado direito da página.

Não me interessa saber que distimia é crônica, que não tem cura.
Me interessa é que vou lutar e vou superar.
E vou, após cumprir todas as tarefas da lista à direita, lutar para reconquistar esse meu grande amor.

Estarei curado, e pronto para o que destino trouxer.
Então, lá vou eu!

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